Maria João Alcoforado
Nesta comunicação serão referidas algumas características do clima urbano de Lisboa, nomeadamente no que diz respeito à temperatura e ao vento, assim como a sua aplicação ao ordenamento.
Para o estudo na escala mesoclimática, foram usados registadores fixos e medições itinerantes de diferentes elementos climáticos, calculados balanços energéticos e índices de conforto bioclimático e utilizada modelação numérica para o estudo do vento na cidade (programa WASP). Na escala microclimática, dever-se-ão adicionar medições dos fluxos radiativos e diferentes técnicas de modelação da radiação, do vento e de índices de conforto (com base em programas como o Envimet e o Rayman). A utilização prática dos resultados será discutida nesta comunicação através da aplicação que foi feita ao ordenamento urbano, também nas duas escalas.
Na escala mesoclimática, no âmbito da colaboração com a CML, foram enumeradas orientações para o ordenamento para diferentes “unidades de resposta climática homogénea”, delimitadas através de mapas de ocupação do solo, imagens de satélite, informação sobre a altura dos edifícios e de trabalho de campo. Os principais objectivos climáticos são, para a cidade de Lisboa, mitigar a ilha de calor urbana e permitir a circulação do vento (com consequências positivas para a qualidade do ar e o conforto bioclimático de Verão, no centro da cidade). Esta parte do estudo será integrada em Anexo no novo Plano Director de Lisboa. A título de exemplo de estudo na escala microclimática, será apresentado o caso do bairro de Telheiras.
Esta investigação foi levada a cabo no âmbito de dois projectos (CLIMLIS, subsidiado pela FCT e Orientações climáticas para Lisboa, parcialmente subsidiado pela CML) e de duas teses de Doutoramento recentes (de A. Lopes e de Henrique Andrade).